Noite chuvosa,
andei o quanto pude, mas ficou impossível de continuar, parei debaixo de uma
árvore, a rua deserta e um casarão bem na minha frente, o lugar enchendo de água
e comecei a não ter outra opção a não ser esperar que passasse... Aquele casarão
me deu calafrios, não sei se por causa da chuva ou pelo medo comecei a tremer,
as janelas daquela casa eram assustadoras, parecia que surgiria a qualquer
momento aqueles monstros de filmes de terror, fiquei vagando os olhos pelas
janelas uma a uma quando de repente meu olhar parou na última, lá no topo da
casa...
Aquela presença, uma sombra parada que parecia fitar-me, arrepiei ao toque daquele olhar, senti como se garras mas ao mesmo tempo parminha pele, rasgando, a dor era algo suportável e não conseguia tirar os olhos dele... Ele estava ao longe,
Aquela presença,
uma sombra parada que parecia fitar-me, arrepiei ao toque daquele olhar, senti
como se garras estivessem arranhando minha pele, rasgando, a dor era algo
suportável e não conseguia tirar os olhos dele... Ele estava ao longe, mas ao
mesmo tempo parecia estar ao meu lado, sentia seu hálito quente e fétido, a
presença do mal que ele representava era palpável, senti-me perdida,
angustiada.
Percebi que aos
poucos ele mudava de posição e de repente senti uma leve pressão em minha
cabeça, meu equilíbrio comprometido, aquele sorriso que já me levava ao início
da loucura, a pressão no pescoço, ardência e algo escorreu entre meus seios...
Pisquei os olhos e vi-me dentro da casa, olhando-me agora no reflexo da janela
embaçada, os pingos grossos desciam feito cascata pelo vidro e minha vida se
esvaindo igual à chuva que descia pela calçada
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